
A guerra na Ucrânia continua a se intensificar, com a recente autorização da Alemanha para o uso de mísseis Taurus pela Ucrânia contra alvos militares russos, enquanto uma mudança de postura de Donald Trump em relação a Vladimir Putin ganha destaque.
A situação, marcada por ataques com mísseis, pode antecipar uma nova ofensiva terrestre russa, enquanto analistas e funcionários ucranianos se preparam para os próximos passos.
Aumento do uso de mísseis de longo alcance
Cumprindo uma promessa de campanha, o chanceler alemão Friedrich Merz anunciou na segunda-feira (26) que a Ucrânia poderá utilizar os mísseis Taurus de até 500 km contra alvos na Rússia, após a remoção de restrições por países como Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido e França.
Atualmente, os ucranianos já utilizam mísseis de alcance de até 300 km (Atacms americanos) e 250 km (Storm Shadows britânicos e Scalps-EG franceses).
Além disso, a Ucrânia possui seu próprio sistema de mísseis de longo alcance, o Netuno, que foi atualizado para atingir até 1.000 km, muito mais do que os 400 km da versão original.
Esses mísseis são lançados por caminhões, e sua utilização tem sido fundamental no contexto de ataques a alvos militares russos.
Mudança na postura de Trump e suas declarações sobre Putin
O anúncio alemão sobre os mísseis ocorre em meio a uma mudança na postura do ex-presidente Donald Trump, que recentemente manifestou novas opiniões sobre Vladimir Putin.
Em sua rede social, Truth Social, Trump escreveu que Putin ficou “absolutamente LOUCO” e que ele sempre acreditou que o presidente russo queria “toda a Ucrânia”, o que poderia levar à “queda da Rússia”.
Trump também fez críticas ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, apontando que suas palavras poderiam prejudicar a Ucrânia.
A reação de Trump reflete seu dilema entre o desejo de mediar uma paz no Leste Europeu e sua relação com Putin, com quem sempre teve uma postura de apreço.
Seu posicionamento tem gerado tensões sobre o tipo de apoio militar que os Estados Unidos continuarão a fornecer à Ucrânia.
A intensificação dos ataques e a possibilidade de uma nova ofensiva terrestre russa
O aumento nos ataques com mísseis e drones por parte da Rússia levanta a possibilidade de uma nova ofensiva terrestre.
Soldados ucranianos no front relatam movimentos das tropas russas que indicam a preparação para novas invasões.
Os russos, por exemplo, deixaram claro em uma reunião em Istambul, em maio, suas intenções de avançar nas regiões ucranianas de Sumy e Kharkiv.
O chefe da delegação russa, Vladimir Medinsky, ameaçou capturar essas áreas, o que indicaria um novo estágio na guerra.
Na quinta-feira (29), Putin anunciou que suas forças estavam criando uma “zona de segurança” ao longo da fronteira ucraniana, uma terminologia previamente usada para sinalizar avanços territoriais.
Com a chegada do verão, os ucranianos se tornam mais vulneráveis devido à superioridade da artilharia russa, enquanto as batalhas se intensificam em cidades chave como Pokrovsk e Kostyantynivka, pressionando áreas como Kramatorsk e Slovyansk.
A ameaça crescente das forças russas e a resposta ucraniana
As forças russas continuam a utilizar armamentos pesados e de alta tecnologia, como mísseis e drones avançados, incluindo modelos conectados por cabos de fibra óptica, que tornam as armas imunes à interferência eletrônica.
Frente a isso, os ucranianos podem tentar cortar as linhas de suprimento russas com seus mísseis de longo alcance, ao mesmo tempo em que buscam enfraquecer as defesas antiaéreas russas em Moscou.
Conclusão
Com a intensificação dos ataques e o apoio internacional à Ucrânia, a guerra no Leste Europeu se aproxima de novos e arriscados desenvolvimentos.
A autorização para o uso de mísseis de longo alcance e a postura incerta de Trump podem ser fatores determinantes na continuidade do conflito.
Enquanto isso, a Rússia parece determinada a avançar territorialmente, e a Ucrânia se prepara para responder às ameaças com os recursos que tem.