Lula perde influência no exterior e é impopular no Brasil, diz The Economist

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Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A avaliação sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofreu um revés, segundo a publicação britânica The Economist

O presidente perdeu sua influência no cenário internacional e enfrenta queda na popularidade dentro do Brasil. 

A análise, feita pela renomada revista de economia, revela um cenário desafiador tanto no Brasil quanto no exterior para o petista.

A queda da popularidade e a perda de influência externa

The Economist observa que, enquanto Lula se aproxima do fim de seu primeiro ano de mandato, sua popularidade caiu consideravelmente no Brasil. 

A publicação lembra que, em 2022, durante sua disputa presidencial com Jair Bolsonaro, a avaliação do jornal era otimista, acreditando que a vitória de Lula poderia ser uma solução para os problemas do Brasil. 

Contudo, o cenário mudou, e a revista destaca que a força política de Bolsonaro, mesmo com a possibilidade de prisão por envolvimento em uma suposta trama golpista, ainda é significativa. 

Caso ele consiga lançar um sucessor com o apoio da direita, The Economist acredita que a presidência pode ficar com a oposição nas próximas eleições.

A relação do Brasil com o Ocidente e o isolamento internacional

Internacionalmente, a publicação aponta que o Brasil tem se distanciado do Ocidente e se encontrado cada vez mais isolado, inclusive de seus aliados históricos. 

Lula perdeu terreno no relacionamento com o presidente da Argentina, Javier Milei, que, agora mais alinhado com os Estados Unidos, se distanciou do Brasil. 

Além disso, a relação com os norte-americanos também foi enfraquecida, especialmente após o posicionamento do Brasil em relação ao ataque dos EUA ao Irã e a falta de esforços para estreitar os laços com os Estados Unidos desde a presidência de Donald Trump.

Ao mesmo tempo, Lula tem se aproximado da China e da Rússia, o que, segundo a publicação, era inicialmente uma oportunidade de exercer influência global, mas agora coloca o Brasil em uma posição controversa. 

A presença do Brasil no Brics, uma plataforma de influência internacional, agora é vista como uma exposição, especialmente com a crescente influência da China e a utilização da Rússia para legitimar sua guerra na Ucrânia.

O enfraquecimento da política externa brasileira

Matias Spektor, professor da FGV, comentou que à medida que a China e a Rússia utilizam o Brics para fins próprios, fica cada vez mais difícil para o Brasil afirmar que não está alinhado com essas potências. 

A avaliação do diplomata brasileiro ouvido pela The Economist reforça que o momento não é de ousar em mudanças na política externa, mas de contenção de danos, particularmente no contexto de um cenário geopolítico em que o Brasil parece distanciado e inerte.

Lula e a relação com os Estados Unidos

O The Economist também discute o fato de o presidente dos EUA, Donald Trump, pouco se dirigir ao Brasil, destacando que isso pode ser devido ao desequilíbrio na balança comercial, com os EUA exportando mais para o Brasil do que o contrário. 

Além disso, o Brasil, distante e com uma postura geopoliticamente neutra, parece não ter relevância significativa nas questões globais, como a guerra na Ucrânia ou os conflitos no Oriente Médio.

Conclusão

O cenário descrito pela The Economist sugere que Lula enfrenta desafios tanto internamente quanto externamente. 

A perda de influência internacional e a queda na popularidade no Brasil colocam o presidente em uma posição difícil, enquanto a sua política externa, marcada por aproximações com a China e a Rússia, levanta questionamentos sobre o futuro da diplomacia brasileira. 

Para o governo de Lula, o momento exige contenção e foco nas questões internas, com um olhar crítico sobre as dinâmicas geopolíticas e comerciais globais.

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