Após o anúncio de um cessar-fogo entre Israel e o Irã, feito pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na noite de segunda-feira (24), o acordo pareceu fragilizado poucas horas depois, com acusações de violação por ambas as partes.
O que aconteceu nas primeiras horas após a trégua e quais são as perspectivas para o futuro da situação?
O cessar-fogo entre Israel e Irã anunciado por Trump
Na noite de segunda-feira (24), Donald Trump anunciou um cessar-fogo “completo e total” entre os países, após uma guerra de 12 dias.
A trégua parecia improvável, mas foi um alívio temporário para a região, com os dois países concordando com o fim das hostilidades, de acordo com o presidente dos EUA.
Trump descreveu o cessar-fogo como ilimitado, dizendo à NBC News que o acordo “vai durar para sempre”.
No entanto, logo após o anúncio, o clima de tensão aumentou, com a acusação de Israel de que o Irã havia violado o acordo.
Violações do cessar-fogo
Na manhã de terça-feira (24), o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, acusou o Irã de violar o cessar-fogo ao lançar mísseis contra Israel.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) interceptaram dois desses mísseis. Por outro lado, um alto funcionário da segurança iraniana afirmou que, após a meia-noite (horário de Brasília), “nenhum míssil foi disparado contra o inimigo”.
O governo do país, em resposta, afirmou que seus militares interceptaram os mísseis e acionaram radar ao norte de Teerã.
No entanto, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, optou por não realizar novos ataques após uma conversa com Trump.
Contexto do cessar-fogo após ataque ao Catar
O cessar-fogo parecia distante apenas 24 horas antes, quando Trump havia autorizado ataques a três instalações nucleares iranianas.
No entanto, a situação foi suavizada quando o Catar interceptou todos os mísseis iranianos dirigidos à Base Aérea de Al Udeid, dos EUA, com exceção de um que caiu em uma área desabitada.
Trump agradeceu ao Irã pela “advertência antecipada”, o que foi interpretado como uma tentativa de preservar sua imagem.
Trump expressa insatisfação com ambos os lados
Após o anúncio do cessar-fogo, Trump expressou sua insatisfação com a violação do acordo por ambos os lados.
Durante uma entrevista, o presidente americano afirmou que não estava feliz com Israel, que “desistiu” da trégua logo após aceitá-la.
Trump também criticou o Irã, dizendo que ambos os países estavam lutando sem saber o que estavam fazendo.
Pouco depois, Trump fez uma publicação em sua plataforma Truth Social, afirmando que o acordo de cessar-fogo ainda estava em vigor e que não haveria mais ataques entre as nações.
Perspectivas para Gaza
Após o anúncio do cessar-fogo, o líder da oposição israelense, Yair Lapid, declarou que era o momento de “fechar a frente” em Gaza.
Ele sugeriu que o cessar-fogo com o Irã poderia ser uma oportunidade para trazer os reféns israelenses de volta e encerrar o conflito em Gaza.
A guerra de Israel contra o Hamas já causou a morte de mais de 55 mil pessoas, com dezenas de reféns israelenses ainda capturados.
O Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas também se pronunciou, afirmando que um cessar-fogo com o Irã poderia ser a chave para resolver a situação em Gaza.
Conclusão
O cessar-fogo entre Israel e o Irã, anunciado com grande expectativa por Donald Trump, logo enfrentou acusações de violação de parte a parte.
Enquanto o presidente americano tenta garantir a continuidade da trégua, a situação continua tensa, com um possível impacto na guerra em Gaza.
A continuidade do conflito dependerá dos próximos passos diplomáticos e das ações dos países envolvidos.