Azul pede recuperação judicial nos EUA

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Imagem: Agora no Vale

A Azul (AZUL4) anunciou nesta quarta-feira (28) que entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, através do Chapter 11. 

A decisão foi tomada após a companhia enfrentar uma dívida de R$ 31,35 bilhões no primeiro trimestre de 2025, uma alta de 50,3% em relação ao mesmo período de 2024. 

Com dificuldades para captar recursos no mercado sem proteção judicial, a empresa busca reorganizar suas finanças e garantir sua sustentabilidade no futuro.

Motivos para a recuperação judicial

O CEO da Azul, John Rodgerson, explicou que a decisão de buscar a reestruturação financeira foi estratégica, com o objetivo de otimizar a estrutura de capital da companhia, que foi fortemente impactada pela pandemia da Covid-19, turbulências macroeconômicas e problemas na cadeia de suprimentos da aviação. 

A medida foi tomada para permitir à Azul se tornar uma empresa mais forte, resiliente e capaz de gerar valor para seus clientes e parceiros.

“A nossa estratégia não se resume apenas à reorganização financeira. Acreditamos que, ao utilizar esse processo, conseguiremos criar uma companhia aérea robusta, resiliente e líder”, afirmou Rodgerson. 

Mesmo com essa mudança de estratégia, a companhia continua a operar normalmente, mantendo a venda de passagens e os benefícios do programa Azul Fidelidade.

Acordos com United e American Airlines

Parte do processo de recuperação inclui acordos importantes com a United Airlines e American Airlines, que, juntas, irão investir até US$ 300 milhões na Azul. 

A parceria tem o objetivo de fortalecer a companhia e garantir sua recuperação, além disso, as duas empresas se tornarão sócias da Azul após o processo de reestruturação.

O acordo de financiamento com essas grandes companhias aéreas é visto como um passo fundamental para a reestruturação, proporcionando à Azul aproximadamente US$ 670 milhões de capital novo. 

Segundo a companhia, a formalização desses acordos simplifica o processo e acelera o cronograma de reestruturação, que deve ser finalizado até o final de 2025 ou início de 2026.

Desafios financeiros e operacionais

A crise financeira da Azul não começou ontem. 

Desde 2024, a companhia já tentava reorganizar seu balanço, mas enfrentava dificuldades devido ao cenário econômico instável, a alta volatilidade do câmbio e o aumento das tarifas nos Estados Unidos. 

No primeiro trimestre de 2025, a Azul teve uma redução de 51% no caixa, com apenas R$ 655 milhões disponíveis, o que dificultou ainda mais sua situação.

Além das questões financeiras, a companhia também enfrenta desafios operacionais, como a escassez de aviões e motores, e iniciou parcerias para alugar aeronaves com tripulação estrangeira, como o modelo ACMI com a portuguesa EuroAtlantic. 

A Azul também está negociando uma nova parceria com a Hi Fly, outra companhia portuguesa, para expandir sua capacidade operacional.

Conclusão

A recuperação judicial da Azul nos Estados Unidos representa uma estratégia importante para garantir a sustentabilidade financeira da companhia após enfrentar uma grave crise econômica.

Com o apoio de grandes investidores e parcerias estratégicas, a empresa busca se reestruturar e fortalecer sua posição no mercado, mantendo sua operação normal e a confiança dos clientes. 

A conclusão desse processo, que deve ocorrer até 2026, será crucial para a recuperação da Azul e para o futuro da aviação brasileira.

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