
Apesar da intensificação do conflito entre Estados Unidos, Israel e Irã, após o ataque americano às bases nucleares iranianas, o Morgan Stanley mantém sua visão positiva sobre as bolsas de valores.
Em relatório publicado nesta segunda-feira (23), o banco destacou três fatores que sustentam o otimismo com Wall Street, mesmo em um cenário geopolítico instável.
1. Histórico de recuperação após eventos de risco geopolítico
O Morgan Stanley analisou dados históricos e apontou que, após eventos de risco geopolítico, o índice S&P 500 registrou ganhos médios significativos.
Após eventos de guerra, o índice subiu, em média, 2% após um mês, 3% após três meses e 9% após doze meses.
A análise sugere que, para o impacto atual representar uma ameaça real ao ciclo econômico, o preço do petróleo teria que subir mais de 75% em relação ao ano passado — algo que, segundo o banco, não é esperado no momento, já que os preços do petróleo continuam com variações negativas em comparação ao ano anterior.
2. Fundamentos econômicos positivos para o crescimento das empresas
O banco se baseia também nos fundamentos econômicos positivos, como o crescimento dos lucros por ação (EPS), que deve ser impulsionado por alavancagem operacional e pela fraqueza do dólar.
O Morgan Stanley projeta que os lucros por ação crescerão a dois dígitos até o primeiro semestre de 2026.
Além disso, empresas com grande exposição internacional, como as do S&P 500, devem se beneficiar da fraqueza do dólar, o que favorece as receitas dessas companhias.
3. Ambiente macroeconômico favorável às ações
Apesar de o Federal Reserve (Fed) adotar uma postura cautelosa, o Morgan Stanley vê o ambiente macroeconômico atual como favorável às ações.
A expectativa é que o Fed comece a reduzir os juros em 2026, com possibilidade de cortes já a partir de julho deste ano, conforme sinalizado recentemente pelo diretor Christopher Waller.
Isso pode estimular o crescimento das ações no futuro, o que reforça o otimismo em relação aos investimentos.
Recomendações para investidores
Em termos de setor, o Morgan Stanley recomenda a preferência por ações de grande capitalização, como as do S&P 500, que são mais eficientes e menos expostas ao mercado doméstico.
Por outro lado, o banco adota uma posição de “underweight” (venda) em bens de consumo, por conta da vulnerabilidade ao aumento dos preços do petróleo.
Conclusão
Mesmo diante da escalada geopolítica e das incertezas no Oriente Médio, o Morgan Stanley continua otimista com o mercado de ações.
A recuperação histórica após eventos de risco, os fundamentos econômicos positivos e a expectativa de um ambiente monetário favorável ao crescimento das ações sustentam a visão positiva para as bolsas de valores nos próximos meses.
A recomendação do banco é focar em ações de grande capitalização e setores estratégicos, como energia, para proteger os investimentos de possíveis altas no petróleo.