O que Trump busca com acordos comerciais?

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Imagem: Anna Moneymaker

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem acelerado esforços para finalizar acordos comerciais antes de um prazo auto-imposto, com tarifas planejadas para aumentar em dezenas de países. 

O que Trump espera alcançar com essas políticas e até que ponto elas têm sido eficazes? 

A resposta parece envolver uma combinação de restauração da indústria americana, aumento de receitas e pressão sobre outros países para adotar políticas favoráveis aos EUA.

Objetivos das tarifas comerciais de Trump

Trump justificou as tarifas como uma ferramenta para alcançar quatro objetivos principais: restaurar a capacidade industrial dos Estados Unidos, aumentar a receita do país, equalizar a balança comercial e pressionar nações estrangeiras a adotar políticas que beneficiem os interesses americanos.

No início de sua presidência, as tarifas eram tratadas por Trump como uma panaceia que resolveria vários problemas econômicos simultaneamente. 

Ele acreditava que as tarifas poderiam restaurar empregos, gerar grandes receitas fiscais e forçar outros países a cederem em questões comerciais importantes, tudo sem causar grandes aumentos na inflação.

Resultados iniciais e dificuldades

Nos primeiros meses de governo, Trump obteve algumas vitórias iniciais. Algumas empresas anunciaram planos de investir em fábricas nos EUA, citando as tarifas como fator decisivo. 

O déficit comercial dos EUA foi significativamente reduzido e bilhões de dólares em receita tarifária entraram nos cofres do país. 

Além disso, países começaram a negociar após as ameaças tarifárias de Trump.

No entanto, especialistas apontam que os efeitos das tarifas podem ser temporários e não resolverão de forma duradoura o déficit comercial ou impulsionarão substancialmente a fabricação doméstica. 

Economistas projetam que as tarifas não terão um impacto grande sobre a demanda por produtos americanos no exterior, e o custo elevado da mão de obra nos EUA pode tornar a fabricação local ainda menos competitiva em relação a outros países.

Tarifas e seus impactos sobre a indústria e os consumidores

Apesar das vitórias de relações públicas, muitos dos investimentos em fábricas nos EUA foram realizados antes ou independentemente das tarifas. 

A falta de mão de obra qualificada e os altos custos de produção nos EUA são obstáculos significativos. 

O exemplo do iPhone, que poderia custar mais de US$ 3.000 se fabricado nos EUA, é um exemplo claro das dificuldades em mudar a manufatura para dentro do país.

Além disso, os empregos na manufatura não estão aumentando como esperado. 

Após os primeiros ganhos de 9.000 empregos nos primeiros meses de Trump no cargo, o número de empregos na manufatura caiu nos meses seguintes, contrariando as previsões iniciais de sucesso das tarifas.

Receitas das tarifas e objetivos fiscais

Trump argumentou que as tarifas poderiam gerar receitas suficientes para cobrir cortes de impostos e até substituir o imposto de renda. 

No entanto, especialistas alertam que isso exigiria tarifas muito mais altas do que as atualmente impostas, e mesmo assim, não seriam suficientes para substituir a arrecadação do imposto de renda. 

O Departamento do Tesouro dos EUA informou que a arrecadação com tarifas é muito inferior ao necessário para cobrir o déficit orçamentário do país.

O dilema das tarifas “recíprocas”

Trump implementou tarifas “recíprocas” para países com os quais os EUA têm um grande déficit comercial. 

Ele acredita que isso ajudaria a equilibrar o comércio, mas, como a economia dos EUA é uma das maiores do mundo, essas tarifas podem prejudicar mais os países que dependem fortemente do comércio com os Estados Unidos.

Conclusão

As tarifas comerciais de Trump têm gerado algumas vitórias iniciais, tanto politicamente quanto economicamente, mas os objetivos de longo prazo enfrentam sérios desafios. 

As metas de Trump, como restaurar a manufatura nos EUA, aumentar as receitas fiscais e reduzir o déficit comercial, muitas vezes são contraditórias. 

Embora as tarifas possam ter efeitos a curto prazo, os economistas projetam que elas não serão uma solução definitiva para os problemas econômicos do país. 

O futuro das tarifas dependerá de como as negociações comerciais e a adaptação das empresas ao novo cenário se desenrolam.

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