Governo brasileiro propõe taxar mais bets e acabar com isenção para LCI e LCA

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Imagem: Diogo Zacarias/MF

O governo federal apresentou ao Congresso uma proposta para aumentar a taxação sobre as apostas esportivas (bets) e acabar com a isenção de Imposto de Renda sobre investimentos em Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs). 

Essas mudanças têm como objetivo compensar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, será “recalibrado”.

Mudanças na taxação das apostas esportivas

A proposta prevê um aumento na taxação sobre o GGR (Gross Gaming Revenue) das casas de apostas, que passaria de 12% para 18%. 

O GGR é a receita bruta obtida pelas casas de apostas, que corresponde ao total arrecadado com as apostas, descontando o valor pago em prêmios aos jogadores.

Tributação sobre títulos de investimento

Além das apostas, o governo planeja tributar as LCIs e LCAs, que atualmente são isentas de Imposto de Renda. 

A nova alíquota seria de 5% e se aplicaria apenas para novas aplicações, enquanto os títulos emitidos antes da mudança continuariam isentos. 

Também serão tributadas as debêntures incentivadas, com a mesma alíquota de 5%.

Alterações na tributação das fintechs e CSLL

O governo propôs uma mudança na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para instituições financeiras. 

A alíquota reduzida de 9%, que beneficiava fintechs, será extinta, e elas passarão a ser tributadas em 15%.

Detalhamento das medidas e recuos no IOF

Em coletiva técnica marcada para segunda-feira (9), o governo detalhará as medidas, que serão incluídas em uma Medida Provisória. 

Além disso, o governo anunciou recuos em alguns pontos do decreto sobre o IOF. 

Entre os ajustes, estão a redução do IOF sobre crédito para empresas, um corte de 80% na alíquota aplicada a operações de risco sacado e uma diminuição no IOF sobre seguros de vida com prêmio por sobrevivência (como o VGBL).

A reunião no Congresso e pressão sobre o IOF

As medidas foram discutidas em uma reunião de cinco horas, que ocorreu na residência oficial da presidência da Câmara. 

Participaram da reunião o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e líderes do Congresso Nacional. 

A reunião foi marcada após a insatisfação de parlamentares com o aumento do IOF, que gerou pressão para encontrar alternativas.

Conclusão

O governo brasileiro propôs medidas para aumentar a arrecadação, com foco na taxação das apostas e nos títulos de investimento, além de ajustes no decreto do IOF. 

As novas propostas estão sendo discutidas no Congresso, e o governo espera arrecadar cerca de R$ 18 bilhões em 2025 com essas alterações.

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