Alta da Selic deve ter sido a última do ciclo e plano agora é “esperar para ver”

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Imagem: Assembleia Legislativa do Piauí

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, que agora se mantém em 15% ao ano. 

Economistas apontam que essa deve ser a última alta do ciclo, com a expectativa de que a taxa permaneça neste patamar até, pelo menos, o final de 2025. 

O comportamento da inflação e da atividade econômica será determinante para os próximos passos do Banco Central.

A decisão do Copom e o plano de cautela

A alta de 0,25 ponto percentual, anunciada na reunião de quarta-feira (18), foi considerada coerente com as condições atuais da economia, com o objetivo de continuar o processo de esfriamento das expectativas de inflação. 

Segundo analistas, o Copom deixou claro que o plano agora é “esperar para ver”, sinalizando a manutenção da Selic em 15% por um período prolongado.

A análise da XP destacou que o comitê indicou uma “interrupção do ciclo de alta das taxas” e que o foco está em avaliar os efeitos do aperto monetário já implementado. 

Isso sugere que não há expectativa de corte de juros no curto prazo, e o mercado deve ajustar suas projeções para um período de juros elevados.

Projeções para 2025 e 2026

Para os economistas, a Selic deverá permanecer em 15% até o final de 2025, com o objetivo de controlar a inflação, que ainda se encontra acima da meta.

Luis Cezario, economista-chefe da Asset 1, destacou que o Copom pretende interromper a alta para avaliar o impacto do aperto monetário sobre a inflação e a atividade econômica. 

Ele acredita que a desaceleração da economia e a inflação mais moderada devem ser observadas com mais cautela antes de qualquer movimento de redução da taxa.

Riscos e incertezas econômicas

A economista-chefe do PicPay, Ariane Benedito, afirmou que a decisão do Banco Central reflete o compromisso com a convergência da inflação para a meta, em um cenário de inflação persistente e altas expectativas. 

Ela destacou os riscos internos, como o comportamento da política fiscal, e os riscos externos, como as incertezas sobre a desaceleração global, que afetam as condições financeiras para economias emergentes.

O futuro da Selic e os cortes de juros

O consenso entre analistas é de que o ciclo de alta da Selic chegou ao fim, com a expectativa de que o Banco Central começará a reduzir os juros em 2026, possivelmente no primeiro trimestre. 

O ritmo do corte seria gradual, de 0,50 ponto percentual por reunião, com a taxa encerrando 2026 em 11,75% e atingindo 9% no longo prazo.

Conclusão

O Banco Central optou por manter a Selic em 15% ao ano, sinalizando que essa será a taxa de juros pelo menos até o final de 2025. 

O Copom agora se concentrará em avaliar os efeitos do aperto monetário sobre a economia antes de considerar qualquer redução. 

Para os investidores, isso significa que o período de juros altos deve continuar, impactando diretamente as expectativas de inflação e o comportamento do mercado nos próximos anos.

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