A Estrela, uma das marcas mais icônicas do mercado de brinquedos no Brasil, viveu altos e baixos ao longo dos anos, mas conseguiu dar a volta por cima, se reinventando e se adaptando aos novos tempos.
Em uma jornada de desafios, disputas judiciais e mudanças internas, a marca se manteve relevante ao longo das décadas, apostando em novas parcerias e relançando produtos nostálgicos que fizeram sucesso no passado.
A trajetória da Estrela e os desafios enfrentados
Fundada em 1937 por Siegfried Adler, a Estrela começou com bonecas de pano e logo se tornou referência com jogos como Banco Imobiliário, Genius e Falcon.
Porém, nas últimas décadas, a empresa enfrentou grandes desafios, como disputas judiciais e a concorrência estrangeira que aumentou com a abertura do mercado nos anos 90.
O rompimento com a Mattel, que a deixou sem a exclusividade da boneca Barbie no Brasil, foi um dos marcos da crise, mas também um momento decisivo para a reestruturação da empresa.
O impacto das disputas judiciais
A Estrela se viu envolvida em batalhas judiciais com a Mattel e a Hasbro.
O rompimento com a Mattel gerou uma disputa de R$ 64,4 milhões e a briga com a Hasbro sobre royalties e cópias de produtos, como o Banco Imobiliário.
Apesar das vitórias iniciais da Hasbro, a Estrela conseguiu manter sua marca no mercado após entrar com recursos e suspender algumas decisões judiciais.
Carlos Tilkian: o homem que transformou a Estrela
A grande virada da Estrela começou em 1993, quando Carlos Tilkian assumiu a vice-presidência da empresa, e pouco depois, ele adquiriu a companhia da família fundadora, em um movimento arriscado.
A Estrela estava em crise, com estoques encalhados e dívidas altas, mas Tilkian apostou na força da marca e conseguiu reverter a situação.
Sob sua liderança, a Estrela modernizou seus produtos, relançando clássicos e investindo no licenciamento de jogos baseados em programas de TV populares, como Show do Milhão e Big Brother Brasil.
A adaptação ao mercado digital e a diversificação dos negócios
A Estrela se adaptou ao ambiente digital, fortalecendo sua presença em marketplaces como Shopee, Magalu e Mercado Livre, com foco nos “kidults”, que buscam brinquedos nostálgicos.
Além disso, a marca diversificou seus negócios, criando a Estrela Beauty, voltada para o mercado de beleza infantil, e a Estrela Cultural, uma editora de livros infantojuvenis que conquistou destaque em eventos internacionais.
Conclusão
Embora tenha enfrentado momentos difíceis, como a crise nos anos 90 e as disputas judiciais, a Estrela conseguiu se reinventar, diversificar seus produtos e se adaptar ao digital.
A marca segue firme no mercado de brinquedos, apostando em nostalgia e inovação, com uma visão de futuro que a mantém relevante para as novas gerações.