
O anúncio de tarifas comerciais de 50% sobre as importações brasileiras feito por Donald Trump gerou impacto no mercado de renda fixa, com altas nas taxas de títulos públicos.
Especialistas alertam para os efeitos da instabilidade econômica e recomendam prudência, sugerindo que os investidores busquem maior segurança em ativos pós-fixados enquanto a Selic permanece alta.
O impacto das tarifas sobre a renda fixa
Com o anúncio das tarifas, as taxas dos títulos públicos subiram, afetando principalmente os investidores de renda fixa.
Os títulos prefixados, como o Tesouro Prefixado 2032 e 2028, tiveram uma alta significativa nas taxas de juros, o que trouxe preocupações sobre a marcação a mercado.
Quando as taxas sobem, os títulos prefixados perdem valor, já que os investidores contratam uma rentabilidade menor do que a oferecida atualmente no mercado.
Esses movimentos resultam em incertezas sobre os efeitos das tarifas comerciais de Trump, aumentando a preocupação com a inflação e a desaceleração econômica.
A recomendação, neste cenário, é manter cautela e aguardar a definição do risco e retorno nos papéis mais arriscados.
Hora de investir nos pós-fixados?
Com a Selic elevada em 15% ao ano, os papéis pós-fixados, como Tesouro Selic e CDBs, são considerados opções mais seguras, principalmente para investidores mais conservadores.
O especialista Anderson Kuntzler destaca que os pós-fixados protegem o investidor contra a volatilidade dos juros e oferecem a oportunidade de aproveitar futuras quedas nas taxas, mantendo a liquidez e garantindo bons retornos com a taxa atual.
Jeff Patzlaff, também especialista em investimentos, compartilha a visão de que os pós-fixados são uma escolha estratégica, principalmente em momentos de incerteza, devido à possibilidade de uma inflação mais alta e aumentos adicionais da Selic.
Boas opções no cenário atual
Para quem busca diversificação e isenção de Imposto de Renda, as LCIs e LCAs se destacam como boas alternativas, segundo Kuntzler.
Esses papéis oferecem uma boa relação entre risco e retorno e podem ser mais vantajosos no momento atual.
Patzlaff recomenda ficar atento a CDBs, LCIs e LCAs de bancos grandes e médios, adaptando os prazos às necessidades do investidor.
Pós-fixados x prefixados: o momento ideal para investir
A XP recomenda cautela com os prefixados, devido à incerteza sobre o movimento dos juros e as possíveis tensões comerciais com os Estados Unidos.
Embora existam oportunidades em prefixados de curto prazo, a percepção de risco é maior devido à volatilidade no cenário fiscal e econômico brasileiro.
Para ativos mais arriscados, Kuntzler sugere esperar o momento em que o mercado “precificar o caos” e antes da reversão da curva de juros.
Conclusão
Diante das incertezas provocadas pelas tarifas de Trump, a estratégia mais prudente é focar em investimentos pós-fixados, como o Tesouro Selic e CDBs, que oferecem segurança e boa rentabilidade com a Selic atual.
Embora os prefixados possam ser atraentes no futuro, o cenário exige cautela e uma análise mais cuidadosa dos riscos e oportunidades.
Para os investidores que buscam segurança, a recomendação é esperar pela clareza sobre a relação entre risco e retorno nos próximos meses.