
As festas juninas (Santo Antônio, São João e São Pedro) , que tomam conta do Brasil em junho, têm o potencial de movimentar até R$ 7,4 bilhões neste ano, segundo projeções de especialistas.
Com um impacto forte no comércio e no turismo, especialmente nas áreas de alimentos e vestuário, as festividades juninas se destacam, principalmente no Nordeste, mas ainda têm um grande potencial de crescimento.
Impacto econômico das festas juninas
De acordo com a professora de Economia da PUC-SP, Cristina de Mello, o valor movimentado pelas festas juninas está principalmente nas regiões Norte e Nordeste, com maior concentração entre consumidores de baixa qualificação educacional.
Além disso, essas festas geram impactos importantes na geração de empregos temporários e na renda de trabalhadores informais, como ambulantes.
Cristina de Mello utilizou dados do Ministério do Turismo, ajustados pela inflação do período e com uma previsão de crescimento de 10%.
Ela ressalta que as festas vão além da renda, pois envolvem setores como turismo, alimentos, costura e economia criativa, beneficiando diferentes tipos de trabalhadores.
Varejo e consumo durante as festas juninas
Segundo Guilherme Dietze, assessor econômico da Fecomércio São Paulo, o setor de alimentos é o que mais se beneficia, seguido pelo vestuário, especialmente com roupas típicas e artesanatos.
Os consumidores locais abastecem suas casas para preparar pratos típicos, comprando em supermercados e mercearias, enquanto igrejas, clubes e escolas optam por atacadistas.
O mercado de roupas e itens decorativos também ganha destaque, com a venda de produtos que remetem ao campo e à tradição junina.
Para o especialista Luis Alberto Marinho, sócio-diretor da Gouvêa Malls, o maior impacto econômico das festas juninas é no Nordeste.
Em cidades como Campina Grande e Caruaru, a movimentação nas áreas de serviços e alimentação, além de hospedagem, é significativa, com empreendedores e varejistas locais ganhando com o fluxo de turistas.
O impacto regional e as oportunidades de crescimento
As festas juninas no Nordeste atraem públicos de diversas faixas de renda e geram movimentação econômica nas cidades onde acontecem.
A professora Cristina de Mello aponta que, além da renda gerada localmente, essas celebrações ajudam a reduzir desigualdades regionais, ao promoverem uma maior circulação de dinheiro em áreas de menor poder aquisitivo.
Outro ponto importante é o fato de que 65% dos brasileiros participam de festas juninas, com 51% celebrando na própria cidade, e 14% viajando para outras regiões para aproveitar as festividades.
Dietze ainda destaca que parte da renda gerada vai para trabalhadores informais, como ambulantes, que utilizam esse dinheiro para complementar sua renda e quitar dívidas.
Tecnologia e inovação nas festas juninas
Os especialistas acreditam que as festas juninas têm um grande potencial de crescimento, especialmente com o uso de tecnologias.
A tecnologia pode ser utilizada para personalizar a experiência dos consumidores, oferecendo ofertas segmentadas e mais relevantes.
O uso de dados de comportamento de consumidores, como compras anteriores, pode aumentar a assertividade e a conversão nas vendas, seja no ambiente físico ou digital.
Renato Avelar, co-CEO da A&EIGHT, destaca que o marketing de influência regional, com parcerias com influenciadores locais, chefs de cozinha e artesãos, pode agregar autenticidade às campanhas promocionais.
Avelar sugere que campanhas segmentadas por geolocalização e hábitos de consumo podem aumentar a assertividade das ações promocionais durante as festas.
Conclusão
As festas juninas têm um impacto econômico significativo, movimentando bilhões de reais, especialmente no Nordeste.
Com o uso de tecnologias e estratégias de marketing inovadoras, as festividades têm o potencial de crescer ainda mais, gerando emprego, renda e fortalecendo a economia local.